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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

8 - Bíblia Sagrada.

Pesquisado e Postado, pelo Ir.1. Prof. Fábio Motta (Árbitro de Xadrez).

Referência:

http://luzesaber.org.br/maconaria/geral/biblia.html

Loja Maçônica Luz e Saber.

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BÍBLIA SAGRADA

A Bíblia Sagrada, esse maravilhoso conjunto de livros, é a fonte inesgotável de sabedoria de todo homem que sente a necessidade de informação das coisas de Deus, como alimento espiritual indispensável e como fonte de vida.

A Bíblia como definição, é uma palavra grega, cujo significado etimológico é “ os livros”, é o conjunto das Escrituras Sagradas do Antigo Testamento, pela parte judaica e do Novo Testamento pela parte cristã.

E o homem tem perguntado: “quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? A Bíblia responde: “vós sois filhos de Deus... Pois criou Deus o homem a sua imagem, a imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (gen. 1:27) ... Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o senhor Deus um jardim no éden, da banda do oriente e pôs nele o homem que havia criado” (gn. 2:7,8); na sua mão está a alma de todo o ser vivente e o espírito de todo o gênero humano” (jó 12: 10). ... Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias de minha vida; e habitarei na casa do senhor por todo o sempre. “ (sal. 23:6).

Ao todo possui a Bíblia 66 livros, suprimindo-se os livros apócrifos, perfazendo o Velho Testamento 39 livros e o novo testamento 27 livros, conhecidos da seguinte forma:

Velho Testamento

Pentateuco: que são os 05 livros escritos por Moisés e são eles:

Gênesis,
Êxodo,
Levítico,
Números, e
Deuteronômio;

Livros históricos- ao todo 12:

Josué,
Juizes,
I Samuel,
II Samuel,
Ruth,
I Reis,
II Reis,
Esdras,
I Crônicas,
II Crônicas,
Neemias e
Ester;

Livros poéticos: são 05:

Jó,
Salmos,
Provérbios,
Eclesiástes e
Cantares de Salomão;

Livros dos profetas maiores: ao todo 05 livros-

Isaías,
Jeremias,
Lamentações deJeremias,
Ezequiel e
Daniel;

Livros do profetas menores: ao todo 12 livros -

Oséias,
Obadias,
Joel,
Jonas,
Amós,
Miquéias,
Naum,
Ageu,
Habacuque,
Zacarias,
Sofonias e
Malaquias.


Novo testamento:

Evangélios: 04 livros:

Matheus,
Marcos,
Lucas e
João;

Epístolas paulinas: ao todo 13 livros:

Romanos,
I Coríntios,
II Coríntios,
Efésios,
Gálatas,
Filipanses,
I Tessalonicenses,
II Tessalonicenses,
Colosenses,
I Timóteo,
Tito,
Filemon;

Epístulas gerais: nove livros:

Hebreus,
Atos dos Apóstolos,
Tiago,
I Pedro,
II Pedro,
I João,
II João,
III João e
Judas;

Livro da revelação:

Apocalipse de João.

Todos esses livros foram escritos por 36 autores, em 16 séculos. Foram usados 03 idiomas: hebraico, aramaico e grego.

A- Tradução

Um homem levou quase sua vida inteira para traduzir para as línguas neolatinas, muito em particular o português, o conteúdo desse Livro dos Livros. Estamos falando de João Ferreira de Almeida. Vamos conhecer um pouco da vida desse homem incomum, entre muitos.

João Ferreira de Almeida nasceu em Torres de Tavares, Conselho de Mangualde, Portugal, em 1628 e faleceu a 06 de outubro de 1691. Os seus 63 anos de vida, foram vividos na fé cristã, convertido que fora em 1642, ao cristianismo pela leitura do folheto intitulado “La diferença de La cristandade”.

Com apenas 16 anos de idade, em 1644, iniciou o trabalho de tradução da Bíblia, tarefa que só terminaria 35 anos depois, não sem lutas e muitas das quais entre seus pares da Igreja Reformada da qual era pastor. Ao contrário do que muitos pensam, João Ferreira de Almeida, não foi padre, mas pastor evangélico, sendo consagrado a 16.10.1656, ano em que contraiu núpcias com dona Lucrécia Valcoa de Lemes, de cujo consórcio nasceram dois filhos: Mateus a 14.06.1658 e uma filha cujo nome não é conhecido.

Durante os anos de 1656 a 1658, Almeida foi missionário no Ceilão e na Índia. De volta à Batavia, pastoreou a comunidade portuguesa ali existente. Foi jubilado ao pastorado ativo, a 16 de setembro de 1689. E foi assim, que essa vida preciosa soube palmilhar os caminhos da fé, deixando às gerações futuras, o benefício de uma obra que o tempo jamais apagará, para a grandeza de Deus.

Almeida era versátil em português sua língua materna, no holandês, francês e espanhol. Aliou aos seus conhecimentos linguísticos, o aperfeiçoamento no estudo das línguas originais, greco e hebráico, a fim de levar avante a tarefa a que se propusera levar ao povo da língua portuguesa, o mais importante livro de todas as gerações: a Bíblia.

O Novo Testamento foi publicado em 1681 em Amsterdan, Holanda e, posteriormente na Batávia, Indonésia, em 1693. Novamente em Amsterdan, em 1712, em Tangambar em 1760 e outra vez na Batávia em 1773. Daí em diante, milhares de reimpressões foram feitas. O Antigo Testamento não conseguiu terminar, ficando no capítulo 48, versículo 12 do Livro de Ezequiel, sendo a tarefa terminada, crê-se, por Jacobus Akker. Inicialmente o Antigo Testamento foi publicado em dois volumes; em 1748 e 1750 e só em 1818 foi publicada a Bíblia completa.

Apontamentos sobre a Bíblia

O Rei da Espanha, temendo que o Príncipe de Granada, como herdeiro legítimo do trono, tentasse lhe tomar a coroa, resolveu encarcerá-lo em calabouço de Madri. Passados 20 anos, o príncipe faleceu. Examinada a prisão, foi encontrada na parede uma escrita feita com a ponta de um prego, onde se lia:

“a palavra Senhor é encontrada na Bíblia 1853 vezes; Jeová 6855, Reverendo uma só vez no Salmo 111.9; o segundo verso do Salmo 117, marca a metade da Bíblia; o verso maior dela é Ester 8.9; o menor é João 11.35; no Salmo 107, há quatro versos iguais: 8,15,21 e 31. Todos os versos do Salmo 136 terminam da mesma maneira; na Bíblia não se encontra nenhuma palavra ou nome que tenha mais de seis sílabas; o capítulo 37 de Isaías e o 19 de II Reis são iguais; a palavra menina só aparece uma vez em Joel 3:3; no Antigo e Novo Testamentos há 3.586.483 letras, 773.693 palavras, 31.373 versos e 1.176 capítulos e 66 livros. Estes divididos assim: 39 livros no Velho Testamento e 27 livros no Novo Testamento.”

“Papias que viveu de 80 a 164 e a quem Irineu se refere como tendo sido ouvinte de João, foi autor de uma “exposição dos discursos do Senhor” e atesta que Mateus e Marcos escreveram “os Sagrados Oráculos””.

Pais da Igreja como Policarpo (80 a 166), Clemente que morreu no ano 101 e Ignácio de Antioquia, martirizados em 115, deixaram em seus escritos muitas referências ao N. Testamento, bem como transcrições de quase todos os livros do mesmo. Com efeito, são tantas essas citações bíblicas dos Pais da Igreja, que com elas se poderia reconstruir todo o N. Testamento, com exceção de quatorze versículos apenas”. “ interessante é notarmos que já em vida dos próprios apóstolos, havia uma coleção de livros do N. Testamento, pois a eles se encontram referências em várias epístolas, como por exemplo, em II Pedro 3:15,16, onde esse apóstolo faz alusão a uma carta paulina, enquanto Judas, nos versículos 17 e 18 de sua epístola, menciona a de Paulo e de Pedro”.

Algumas das palavras mais belas que se tem dito sobre a Bíblia, foram pronunciadas pelo famoso evangelista Billy Sunday. Disse ele: “guiado pelo Espírito Santo, entrei pelo vestíbulo do Gênese e andei pelos corredores das galerias do Antigo Testamento; entrei no salão de música dos Salmos; ouvi a formosa sinfonia da glória de Deus, na qual tomava parte, com sua lira mágica o místico Davi. Entrei à câmara do Eclesiástes e ouvi o pregador falar com eloquência e sabedoria. Entrei no observatório dos Profetas, vi a estrela da manhã., que apareceria sobre os montes da Judéia, anunciando nossa redenção e ali contemplei o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. A ele sejam a honra, o poder e a glória e a esperança, pelos séculos dos séculos”.

Bíblia – poder transformador de uma nação

Tirai de nós a Bíblia e nossa luta contra a intemperança, contra a iniquidade, a opressão e o crime terminará, porque não teremos nenhuma autoridade para falar, nem valor para lutar sem ela – sr. Lloyd Garrison”.

“O progresso da civilização e da liberdade religiosa tem sido mais rápida e eficiente nos lugares onde a Bíblia é mais disseminada e onde as verdades que se encontram nela são ensinadas à maioria do povo. Nenhuma nação tem avançado tanto como aquela onde as escrituras são manuseadas e estudadas”. - Canciller walworth.

“Apontando para uma Bíblia sobre sua mesa, Andrew Jackson, antes de sua morte, disse a seu amigo: “este livro, Senhor, é a rocha sobre a qual descansa a república. Assim sendo, para fazer uma nação cristã, é necessário ensinar-lhe a Bíblia, porque ela é o guia que conduz uma nação a Cristo”.

Um dia um Príncipe da África visitou a Rainha da Inglaterra e perguntou-lhe qual a causa da grandeza do seu reino. Ela, erguendo uma Bíblia, respondeu: “este livro é a base da nossa grandeza e qualquer nação que a tome e a leia, será grande”.

A Bíblia – a luz da crítica erudita

Diz Gausseu, conhecido teólogo de Genebra, em uma de suas obras, enumerando os diversos esforços dos críticos em provar a autenticidade da Bíblia, que “John Henry Michaels, por exemplo, dedicou 30 anos de sua vida a esse tipo de trabalho. Kennicon passou nesses estudos dez anos e consultou 581 manuscritos hebraicos; o professor Rossi examinou 680, todos eles relativos ao V. Testamento. Destacaram-se também as investigações de Mill, Bengel, Wetstein e Griesbach, havendo este último consultado 333 manuscritos só dos Evangelhos, 200 dos Atos dos Apóstolos, 256 páginas das Epístolas de Paulo, 93 do Apocalipse”. Ora, concluiu o eminente teólogo genebrino, posto que se tenha recorrido a todas as bibliotecas, em que se encontram cópias dos livros sagrados, a fim de que desse seu testemunho, conquanto se tenham estudado as elucidações dadas pelos Pais da Igreja de todos os séculos, embora se tivessem confrontado todas as versões arábicas, arameanas, latinas, armênias e etíopes; se bem que todos os manuscritos de todos os países e épocas, desde o terceiro até o décimo séculos, tenham sido coligidos e examinados mil e uma vezes, por inúmeros críticos, os quais ansiosamente buscavam algum texto novo que lhes proporcionasse a recompensa e a glória das exaustivas vigílias; ainda que sábios, não satisfeitos com as bibliotecas do ocidente, tivessem visitado as da rússia, levando suas pesquisas até os mosteiros do monte Arthos, da Turquia asiática e do Egito, para ali buscar novos instrumentos do texto sagrado, coisa alguma se descobriu que pudesse lançar dúvida sobre qualquer das passagens dantes consideradas certas!”.

E a par de todas essas coisas, conduz-nos a Bíblia ao estudo da palavra primeira, ao conhecimento do Governador Espiritual deste planeta, do supremo mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo! – convém que se esclareça o homem para que se aperceba do exemplo e da vontade do Mestre e justifique sua vida neste plano de provas, exemplificando no Evangelho do Cristo, no uso da palavra, na sublimação da moral e na elevação da conduta.

E é sobre o exemplo maior de amor e caridade que vamos falar agora, com base nas revelações bíblicas e nas manifestações espirituais.

Começamos com Isaías, capítulo 9:1,6: “mas para a terra que estava aflita, não continuará a obscuridade. Deus nos primeiros tempos tornou desprezível a terra de Zebulon e Naftali; mas nos últimos tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros e o seu nome será : Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

É Jjoão, o Evangelista, quem nos conta sobre Jesus, iniciando seu curto apostolado, nas seguintes palavras: nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com o Batista, no deserto triste da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou-se ao oásis de Jericó, uma benção de verdura e água, entre as inclemências da estrada agreste. De Jericó, dirigiu-se então a Jerusalém, onde repousou ao cair da noite.

Sentado como peregrino, nas adjacências do templo, Jesus foi notado por Hanã, o sacerdote que seria mais tarde o juiz inclemente de sua causa, que aproximando-se do desconhecido indagou com orgulho:

- Galileu, que fazes na cidade?

- Passo por Jerusalém, buscando a fundação do reino de Deus! – exclamou Jesus.

- Reino de Deus? E o que pensas tu ser isso? – tornou o sacerdote com ironia.

- Esse reino é a obra divina no coração dos homens – esclareceu Jesus.

- Obra divina em tuas mãos! – revidou Hanã, com desprezo. E continuando com suas observações irônicas, perguntou:

- Com que contas para levar avante essa difícil empresa? – quais são os seus seguidores e companheiros?...

- Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares, respondeu o Mestre, com humildade.

- Sim, observou Hanã. Os ignorantes e os tolos estão em toda parte. Certamente que esse representará o material de tua edificação. Entretanto, já viste estátua perfeita modelada em fragmentos de lama?

- Sacerdote, replicou Jesus: nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento e nenhum cinzel é superior ao da boa vontade.

Impressionado, o famoso juiz ainda interroga:

- Conheces Roma ou Atenas?

- Conheço o amor e a verdade – disse Jesus convictamente.

- Tens ciência dos códigos da corte provincial e das leis do templo?, inquiriu Hanã, inquieto.

- Sei qual é a vontade de meu Pai que está nos céus.

Irritado, o sacerdote dirigiu-lhe um sorriso de desprezo, enquanto demandava à Torre Antônia, em atitude de orgulhosa superioridade.

No dia seguinte, pela manhã, o mesmo formoso peregrino foi ainda visto a contemplar as maravilhas do santuário, antes de internar-se pelas estradas, a caminho de sua Galiléia distante.

“ O Cristo, aquele que era no antigo dos dias, é a chama de Deus que mora no espírito do homem. É o hálito da vida que nos visita e adquire para si mesmo, um corpo igual o nosso. Nós mesmos nos tornamos homens ungidos quando nos encontramos no templo invisível, uma vez em cada mil anos. Então surge um encarnado, e sua chegada nosso silêncio se transforma em canções. Mas o Cristo, a palavra que era no princípio, o espírito que nos levará a viver uma vida mais completa, juntou-se a Jesus e permaneceu com ele. E o espírito era a mão poética de Senhor e Jesus era a harpa. O espírito era o Salmo e Jesus era a melodia do Salmo. E Jesus, o Homem de Nazaré, era o hospedeiro e o porta-voz do Cristo que caminhava conosco ao sol e nos chamava seus amigos”.

“ A mensagem de Deus através de Cristo é profunda e confortante. E chega até nós através dos ventos brandos dos tempos a sussurar o entendimento de cariciosas inspirações, como um correio delicado reconfortante que chega dos céus”.

E é assim que após a interrogativa de Hanã e a contemplação do templo, vamos já encontrá-lo iniciando a pregação da boa nova, as margens do Tiberíades. E, a certa altura, conforme narrativa de Mateus, contou que – “ o reino dos céus é semelhante a um tesouro que, oculto num campo, foi achado e escondido por um homem que movido de gozo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo”.

Oferecendo de graça pela fé,Jesus procurava as mais simples criaturas porque conhecia-lhes os corações. E foi dessa feita que convidou os dois primeiros discípulos:

- André, Simão, filhos de Jonas – venho da parte de Deus e vos convido a trabalhar pela constituição do seu reino na terra! ... E aqueles homens deixaram suas redes para sempre.

Da mesma forma, convidou o publicano Levi:

- Que fazes tu, Levi?

- Recolho os impostos do povo, devidos a Heródes.

- Quereis vir comigo para recolher os bens do céu?

- Senhor, estou pronto! ... Nascia aqui, amados irmãos, o futuro Mateus, o Evangelista.

E continuava o mestre, no seu trabalho de edificar o reino:

- Filhos de Zebedeu – desejais participar das alegrias da boa nova?

- Tiago e João

- Mestre, Mestre, estamos prontos – exclamaram felizes.

Dizia o Mestre aos seus primeiros discípulos: “o prazer costuma cobrar do homem um imposto muito alto e doloroso. Se o mundo pede tanto, porque não poderia Deus, através de mim, pedir um coração sem maldade?”
“ a mentira e a tirania exigem exércitos e monarcas, espadas e riquezas para dominarem a criatura. A impostura reclama interminável fileira de defensores para espalhar a destruição. Basta no entanto um homem sozinho para ensinar a verdade de Deus e exaltar-lhe as glórias eternas. Pede apenas um coração que sabe ser feliz”.

Recebendo Zebedeu em sua casa, a Jesus e seus filhos Tiago e João, recebendo da parte deles que Jesus lhes havia convidados, o velho ancião prostrou-se chorando aos pés do Mestre, exclamando: “Senhor, meus filhos são vossos”.

O Nazareno, passando as mãos sagradas na cabeça do pescador, ordena: “ - levanta-te, Zebedeu! Os filhos de Deus vivem de pé para o bom combate. Choras, porque as tuas lágrimas de hoje são formosas e benditas... Temias a Deus, agora o amas; estavas perdido no raciocínio humano da lei; agora tens no coração a fonte da fé viva”.

Parece que tudo isso se deu hoje, senão vejamos: - difundidas as primeiras claridades do evangelho, todos os enfermos e derrotados da sorte, habitantes de Corazin, Magdala, Betsaída, Dalmanuta e outras importantes aldeias do lago, enchiam as ruas de Cafarnaum em turbas ansiosas. No sábado seguinte, o Mestre demandou às margens do lago, cercado de seus numerosos seguidores. Ali, aglomeravam-se homens e mulheres do povo, judeus e funcionários de Ântipas, a par de grande número de soldados romanos.

Foi quando Jesus falou pela primeira vez do segundo nascimento do homem e da abertura dos portões dos céus e de anjos descendo e trazendo paz e alegrias a todos os homens. De anjos subindo ao trono levando os anseios dos homens ao senhor Deus. E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.

“ Segui-me às praias de um mar ainda maior, dizia-lhes: eu vos farei pescadores de homens e vossa rede nunca mais estará vazia”. A sua palavra era de ânimo, de coragem e de fé. Foi assim que se dirigiu a Bartolomeu, o mais tristonho e silencioso de todos: “ se tendes de sofrer, considerai que também eu vim a terra para dar o testemunho. E não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o senhor? Também assim se dirigiu a André: “André, se algum dia teus olhos se fecharem para a luz da terra, serve a Deus com a tua palavra e com os teus ouvidos; se ficares mudo, toma assim mesmo a charrua, valendo-te das tuas mãos. Ainda se ficares privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés, poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores”.

Joana, mulher do despenseiro de Heródes, conta-nos que Jesus nunca se casou, mas era amigo das mulheres e conhecia-as como devem ser conhecidas: na doce camaradagem. E amava as crianças como devem ser amadas: na fé e na compreensão. Punha uma criança sobre os joelhos e dizia: “deles é vossa força e vossa liberdade; e deles é o reino do espírito. “uma semente oculta no coração de uma maçã é um pomar invisível. Entretanto, se a semente cai sobre uma rocha não dará em nada”.

Passou pois Jesus a falar sobre os reinos da terra, segundo a narrativa de Tiago, um dos filhos de Zebedeu: ... E na tarde do terceiro dia, no cume do monte Hermon, Jesus se deteve olhando abaixo as cidades das planícies. E sua face brilhava como ouro fundido e ele estendeu os braços e nos disse: “olhai a terra em seu verde vestuário e vede como as correntes debruaram de prata as barras das suas roupagens. Em verdade, a terra é bela e tudo quanto há sobre ela é belo também. Mas há um reino além de tudo o que vós vedes e lá eu reinarei. E se tal for a vossa escolha verdadeiramente e tal for realmente o vosso desejo, também ireis lá e reinareis comigo.

Minha face e vossas faces não usarão máscaras; nossas mãos não empunharão espada nem cetro, e nossos súditos nos amarão em paz e não terão medo de nós”.

Assim falou Jesus e eu me sentia cego para todos os reinos da terra e todas as cidades de muralhas e torres. E estava no meu coração seguir o Mestre ao seu reino. Então, justamente naquele momento, Judas Iscariotes adiantou-se. E caminhou até junto de Jesus e falou: “olha que os reinos do mundo são vastos e as cidades de Davi e Salomão prevalecerão sobre os romanos. Se quiseres ser o Rei dos Judeus, ficaremos a teu lado com espadas e escudos, e esmagaremos o estrangeiro”.

Quando Jesus ouviu isto, voltou-se para Judas e sua face estava cheia de ira. E falou numa voz terrível como o trovão do céu e disse: “afastai-vos de mim, Satanás. Pensais que desci através dos anos para reinar por um dia sobre um formigueiro?

Meu trono é um trono além de vossa visão. Aquele cujas asas circundam a terra procurará abrigo num ninho abandonado e esquecido?

Será o vivente honrado e exaltado por aqueles que vestem mortalhas?

Meu reino não é deste mundo e meu trono não está construído sobre os crânios de vossos antepassados. Se buscais algo que não seja o reino de espírito, então fora melhor para vós deixar-me aqui e descer às cavernas de vossos mortos, onde as testas coroadas de outrora reúnem as côrtes em suas tumbas e talvez estejam ainda conferindo honrarias aos ossos de vossos avós. Ousareis tentar-me com uma coroa de escória, quando minha fronte procura as plêiades, ou senão vossos espinhos? Não fosse por um sonho sonhado por uma raça esquecida, eu não sofreria que vosso sol se levantasse sôbre minha paciência, nem que vossa lua lançasse minha sombra sobre o vosso caminho. Não fosse por um desejo de mãe, eu me despojaria dos cueiros e fugiria de volta ao espaço. E não fosse pela tristeza em vós todos eu não teria ficado para chorar. Quem és tu e o que és tu, Judas Iscariotes? E por que me tentas? Ter-me-às, em verdade, pesado na balança e me achado feito para comandar legiões de pigmeus e dirigir os carros de guerra dos disformes contra um inimigo que só se acampa em vosso ódio e avança em vosso medo? Muitos são os vermes que se arrastam à volta dos meus pés, mas eu não os combaterei. Estou cansado de gracejos, estou cansado de ter pena dos répteis que me consideram covarde porque não me movo entre suas muralhas guarnecidas e sua torres. Vosso sacerdote e vosso imperador querem meu sangue. Serão satisfeitos antes que eu parta daqui, pois não pretendo mudar o curso da lei nem governar a loucura. Que a ignorância se reproduza a si mesma até que se canse de sua produção. Que os cegos guiem os cegos para o abismo. E que os mortos enterrem os mortos até que a terra fique sufocada com seus próprios frutos amargos. Meu reino não é da terra. Meu reino será onde dois ou três de vós vos encontrardes em amor e em admiração pela beleza da vida, e em alegria e em memória de mim”.

A propósito desse reino tão sonhado, apresentado por Jesus, um filósofo persa de Damasco, fala na ocasião, sobre deuses novos e antigos: “ o antigo Deus de Israel é duro e implacável. Israel deveria ter outro Deus; um que fosse bondoso e perdoador, que olhasse seus fiéis com piedade; um que descesse com os raios do sol e marchasse pelos caminhos da limitação de seu povo, em vez de se sentar eternamente na cadeira do julgamento para pesar-lhes as faltas e medir os delitos. E exatamente esse Jesus, esse nazareno tem falado de um Deus vasto demais para ser diferente da alma de qualquer homem, demasiadamente compreensivo para castigar, demasiadamente amoroso para lembrar-se dos pecados de suas criaturas. E esse Deus do nazareno cruzará o limiar dos filhos da terra e sentar-se-à junto a sua lareira e será benção entre suas moradas e uma luz sobre seu caminho. Estou satisfeito. Não preciso de outro Deus”.

Aos poucos, a boa nova era transmitida a toda a criatura e buscando todas essas coisas, foi que um pequeno grupo de infelizes procurou Levi (Matheus) em sua confortável residência. Desejavam explicações sobre o evangelho do reino, de modo a trabalharem na sua edificação:

“... Que poderás edificar Lesandro, aleijado como és? E tu Aquila, não fostes abandonado pela própria família, sob o peso de sérias acusações? E tu Pafos? Acaso edificarias alguma coisa com tuas atuais aflições?

O grupo de pobres e infortunados retirou-se em desalento, no entanto, o Mestre pregaria no monte aquela tarde e quem sabe, ministraria os ensinamentos de que necessitavam. Momentos depois, André, Levi, Tiago, João e Pedro, se dirigiram para o monte. O crepúsculo descia num deslumbramento de ouro e brisas cariciosas. Ao longo de toda a encosta do monte, acotovelavam-se a turba imensa. Muitas centenas de criaturas se aglomeravam ali a fim de ouvirem a palavra do Senhor. Eram velhinhos trêmulos, lavradores simples e generosos, mulheres do povo agarradas aos seus filhinhos. Entre os mais fortes e sadios, viam-se cegos e crianças doentes, homens maltrapilhos exibindo as verminas que lhes corroiam as mãos e os pés. Ante seus olhares, a figura do Mestre surgiu na eminência enfeitada de verdura.

Deixando perceber que se dirigia aos vencidos e sofredores do mundo inteiro e como que esclarecendo o espírito de Levi, que representava a aristocracia intelectual entre os seus discípulos, na sua qualidade de cobrador de tributos populares, Jesus pela primeira vez, pregou as bem-aventuranças celestiais. Sua voz corria como bálsamo sobre os corações inditosos...

... Bem aventurados os pobres e os aflitos;
... Bem aventurados os sedentos de justiça e misericórdia;
... Bem aventurados os pacíficos e os simples de coração;

Por muito tempo falou do reino de Deus, onde o amor edificaria maravilhas perenes e sublimadas. Suas promessas eram dirigidas ao incomensurável futuro humano. Do alto do monte, o vento oriental soprava. As brisas da Galiléia se haviam impregnado da virtude poderosa e indestrutível daquelas palavras e obedecendo a uma determinação superior, iam espalhar-se entre todos os aflitos da terra. Quando Jesus terminou sua alocução, muitas mães sofredoras e oprimidas, com suave fulgor nos olhos, lhe trouxeram os filhinhos para que ele os abençoasse. Anciãos de frontes nevadas pelos invernos da vida, lhe beijavam as mãos. Cegos, leprosos, rodeavam-no com semblantes sorridentes e diziam: “bendito sejas tu, ó filho de Deus”.

Foi então que Levi, naquele crepúsculo inolvidável, observou as filas dos humildes, observou que os pobres que a tarde visitaram sua casa, desciam o monte abraçados, com expressão de grande ventura. No dia imediato, o ex-publicado abriu suas portas a todos os convivas daquele crepúsculo memorável. Jesus participou de festa. Partiu o pão e se alegrou com eles.

E quando Levi abraçou o aleijado Lisandro , com sinceridade de sua alma fiel, o Mestre o contemplou enternecido e disse “Levi, meu coração se rejubila hoje contigo, porque são também bem-aventurados todos os que ouvem e compreendem a palavra de Deus”.

É assim a vontade do Pai, nas palavras do Mestre. Que cada um se conduza de conformidade para ganhar esse reino, posto que Cristo a todos recebe, indistintamente e a todos perdoa.

Para gravar mais profundamente em nossa memória, convém relembrar as palavras de Lucas: “Mestre, perdoas e consolas os pecadores e todos os fracos e enfermos, menos unicamente os hipócritas”. “escolhestes bem as palavras, Lucas, quando chamastes os pecadores de fracos e enfermos”. “não tolero o hipócrita, porque ele próprio põe um jugo sobre os ingênuos e indulgentes. O hipócrita é um abutre que assiste sobre um rochedo a morte de sua presa. Aqueles que violam a lei ao nascer de cada dia, violam-na novamente ao por do sol”.

Esta é a revelação da Bíblia em todos os tempos, a todos os homens. E ainda o que é mais importante é a última mensagem de Mestre, no último dia dos 40, após sua crucificação, quando ele aparece pela última vez no monte aos discípulos, antes de ascender ao Pai.

Quem nos conta é José de Arimatéia: “amados, eis que retorno à vida em meu Pai, para regressar à luz do meu reino! ... Esta é minha lei, e eu vo-la direi a vós e vós, a vossos filhos e eles, a seus filhos, até que os tempos passem e as gerações não mais existam. Vós sois a taça, e vós sois o vinho. Bebei de vós mesmos até a embriaguês; senão, lembrai-vos de mim e ficareis saciados. As muralhas que meu Ppai ergueu em torno de mim não cairão e o terreno que Ele santificou não será profanado. Quando a aurora chegar, o sol coroará minha cabeça e estarei convosco para enfrentar o dia. E esse dia será longo e o mundo não lhe verá o amanhecer.

Até que a esponja do tempo absorva as imperfeições terrestres através dos séculos de experiência necessária, os triunfadores do mundo são os pobres seres que caminham por entre tenebrosos abismos. É imprescindível, pois, atentarmos na alma branda dos humildes e dos vencidos. Para seus corações, Deus carreia bênçãos de infinita bondade. Esses, quebraram os elos mais fortes que os acorrentavam as ilusões passageiras. O leito de dor, a exclusão de todas as facilidades da vida, a incompreensão dos mais amados, as chagas e as cicatrizes do espírito, são luzes que Deus acende na noite sombria das criaturas”.

É pois, “bem-aventurado todo o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como a árvore plantada junto a corrente das águas que, no devido tempo dá o seu fruto”.

Ide portanto, ensinou-nos o Mestre. Ide portanto, irmãos... “buscar ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. “(Isaias 55.6). Pois se assim for, tudo estará preparado, pois também assim diz o Senhor: “ assim será a palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei. Saireis com alegria e em paz sereis guiados. Será glória para o Senhor e memorial eterno que jamais será extinto” ( Isaias 55 11, 12, 13).

Trabalho pesquisado e preparado por Jason Paixão Miranda.

Bibliografia:
1. Bíblia sagrada,
2. Boa Nova,
3. Jesus filho do homem,
4. Mensagem do apocalipse,
5. Evangelho segundo o espiritismo,
6. Busca e acharás”

Jason Paixão Miranda (Ir.´. Amós)
Loja Maçônica Luz e Saber



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