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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

10 - O Trabalho Maçônico e a Espiritualidade.

Pesquisado e Postado, pelo Ir.'. Prof. Fábio Motta (Árbitro de Xadrez).

Referência:
http://luzesaber.org.br/maconaria/geral/maconaria_espiritualidade.html

Loja Maçônica Luz e Saber.

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O TRABALHO MAÇÔNICO E A ESPIRITUALIDADE

Sendo a Loja Maçônica a representação do mundo, o Universo em que vivemos representa o suporte material que permite ao maçom desenvolver-se espiritualmente assim como elevar-se ética, moral e intelectualmente.
Esta base de trabalho quando utilizada corretamente, de coração aberto possibilita ao iniciado se aperfeiçoar e crescer tornando-se um indivíduo mais responsável e mais apto nas relações com seus semelhantes, de modo a compartilhar seus atos e ideias com seus Irmãos dentro da dimensão filosófica da ordem Maçônica.
O trabalho maçônico tem como objetivo fundamental tornar o mundo melhor em todos os aspectos. Mesmo parecendo um objetivo utópico, vago e inalcançável, que permite dizer, mas nada diz, é o trabalho de paciência e perseverança que o ser humano de vê desenvolver para alcançar seus objetivos mais justos e puros.
Razão pela qual devemos entender que uma Loja Maçônica tem por obrigação ser, dentro de sua comunidade, uma referencia positiva, onde todos os Irmãos devem ser capazes de se tornarem agentes mais aptos para fazer o trabalho de construtores de homens, desbastando as pedras brutas, aperfeiçoando-os e realizando-os em sua plenitude, cumprindo assim os desígnios que lhe foram atribuídos quando de seu juramento inicial, isto é fazer e deixar fazer um mundo melhor do que era antes de se tornar um obreiro da Arte Real.
Este novo ser humano deve reunir as qualidades de um primado da razão da filosofia, da bondade, da moral e da justeza das ações.
Esse trabalho de alquimia espiritual só pode ser realizado mudando os homens através de um cuidadoso crescimento espiritual e cultural proporcionado pela Loja no desenvolvimento constante de seus trabalhos, aonde pouco a pouco, vai buscando alterar em sua forma de interagir dentro e fora da Loja na comunidade onde se inserir.
Crescendo e se aperfeiçoando, o Maçom muda para melhor, mesmo que inconscientemente, o mundo que o circunda.
Do somatório puro e simples do aperfeiçoamento dos maçons, observamos uma transformação na sociedade, quer tenhamos ou não disso noção. Um processo que se apresenta como profundamente individual assume então a sua generosidade.
O trabalho do Maçom é aperfeiçoar-se em sua Oficina E como é que isso acontece?
Esse trabalho da Loja deve ser desenvolvido há luz dos códigos de elevação moral e espiritual, onde a pratica dos Rituais assume um papel preponderante, o de mostrar aos iniciados que o ser homens bons melhores, dispostos a preparar o futuro e construir o presente á luz dos ideais maçônicos é um trabalho de luta constante e perseverante.
Para que este objetivo seja alcançado, a Oficina deve adotar um critério rigoroso na escolha de seus candidatos sob pena de ver seus trabalhos transformados em clube de amigos ou de serviço. A escolha dos candidatos deve ser selecionada à luz da característica de seus talentos, para que possa ser uma mais valia para o trabalho que está na origem da Maçonaria e na sua razão de existir.
Uma vez que apenas os talentos per si não valem nada, é aqui que os potenciamos e aprendemos que o que conta é o que com eles realizamos á luz de um código de moralidade e de valores que escolhemos livremente e em consciência para nós.
Estes homens os quais descrevo devem ser capazes de conceber o Divino; o Indizível; de sonhar; de terem visão; de terem a Força, a Sabedoria e o desprendimento de se entregar a projetos aparentemente impossíveis, utópicos e belos; têm de conceber a fraternidade leal fruto da partilha do Desígnio.
Porque é disso que falamos, um grupo de Cavaleiros de escol, que foram Cavaleiros da Terra, depois Cavaleiros do Mar e hoje Cavaleiros do Mundo. Estar enquadrado nesta dimensão espiritual deve ser a sua característica mais importante.
Os conceitos de espiritualidade se situam em uma dimensão indissociável da condição humana, muito mais do que bens considerados exclusivos das seitas ou igrejas, religiões ou escolas de pensamento.
Na Prática a espiritualidade faz parte da vida psíquica, fruto da inteligência humana que se apresenta mais elevada: aquela que nos confronta com Deus ou com o absoluto, com o cósmico ou com o todo, com o sentido da vida ou a falta dele, com o tempo ou com a eternidade, com a oração ou o mistério.
Felizmente, ainda, dentro da Maçonaria ainda temos homens de religiões reveladas, de escolas de pensamento, de seitas diversas, sem opção por nenhuma das religiões reveladas, sem se reconhecerem em nenhuma escola de pensamento, homens de profundo esoterismo e outros que nem por isso deixam de praticar a mais pura maçonaria. Por outro lado não temos nenhum obreiro despojado da assunção de sua espiritualidade. O respeito por essas opções é que se constitui a riqueza da Arte Real e tem servido de base para a geração da harmonia entre os Irmãos.
Para que esse comportamento seja conseguido em sua integralidade se exige uma reflexão profunda do que venha a ser a Tolerância Maçônica, que serve sempre de luz para a realização de um ideal maior que todas as religiões e escolas de pensamento almejam Isto acontece porque a Maçonaria está em um patamar de desenvolvimento diferente; ela não se preocupa com a forma como cada um vive a sua espiritualidade nem ambiciona ter voto nessa matéria. A preocupação da Maçonaria é o Individuo e depois o Mundo, onde vivem os homens hoje e os de amanhã, a sua preocupação ultima é a vida dos homens na Terra, e não oferecer salvação ou condicionar a sua existência á salvação eterna.
A espiritualidade que aqui buscamos entender e tratamos remete-se para a relação do homem com o divino em vida, aqui na Terra e como essa relação pode condicionar as suas ações com vista ao cumprimento de um ideal ou Desígnio.
Como os obreiros são homens limpos e puros em todas as suas dimensões, a Maçonaria não se exonera em aprofundar a relação dos homens com o divino, combatendo para que isso os una e jamais os divida, porque a Maçonaria quer libertar os homens dos grilhões da intolerância, da vaidade e levar esses mesmos homens a realizar a sua dimensão espiritual em total liberdade e no pleno respeito pelas crenças alheias.
O que nos une será o sentir o Universo, o Todo, que nos contem e nos transporta uma presença universal... Será possível que exista uma espiritualidade universal?
É minha convicção profunda que sim, mais do que uma espiritualidade clerical e redutora ou do que uma laicidade desprovida de espiritualidade!
Uma espiritualidade universal… Será uma espiritualidade da imanência (conceito religioso e metafísico que defende a existência de um ser supremo e divino (ou força) dentro do mundo físico), mais do que da transcendência, da meditação, mais do que da oração, mais do que do encontro, da lealdade mais do que da fé, do amor mais do que da esperança ou da unidade que será igualmente motivadora de uma mística, ou seja, de uma experiência da eternidade, da plenitude, da simplicidade, da unidade, do silêncio. É essa espiritualidade universal que desejamos que fosse chamada Espiritualidade Maçônica.
No entanto, antes de buscar um conceito que a explique devemos entender que esse estado é apenas no trabalho maçônico que ela poderá ser verdadeiramente aprofundada. Não um conceito que pode ser encontrado livros, ele deve ser sentido e vivenciado como fruto de uma caminhada iniciática.
No entanto, a Maçonaria não revela nenhuma verdade superior nem dá respostas cabais ás questões que atormentam a nossa dimensão espiritual. Pelo contrário, convida os Irmãos a procurarem saber quem são conhecerem-se a si mesmos, com o intuito de se cumprirem, o que é profundamente diferente, colocando-os na via dessa procura e dessa realização, situando-se aqui o verdadeiro significado da iniciação, o primeiro passo de um caminho a percorrer e trabalho para fazer na construção do nosso templo interior.
Dentro desta linha de pensamento, a tolerância apresenta-se como uma das principais virtudes da Maçonaria e do Maçom como produto de um trabalho de aprimoramento integral.
Trata-se de uma atitude interior que repousa no respeito pela individualidade espiritual do candidato, pela liberdade de pensamento e pelo percurso intelectual e espiritual que cada maçom depois de iniciado escolhe para si.
É neste pressuposto que assenta que a Espiritualidade Maçônica é uma Espiritualidade Livre: ao sugerir um caminho individual para a relação com o divino, constrói também um percurso libertador, é um processo livre. Para isso ser possível, precisa encontrar no seu seio de homens diferentes dos demais.
É este trabalho que devemos encetar para que a escolha desse homem especial que leve o trabalho de evolução espiritual às mais reais condições; é com a convicção plena de que hoje se pode encontrar em qualquer proveniência, podem ter estado ao nosso lado toda a vida, ser os nossos amigos de infância, familiares ou colegas de profissão, como podem estar por detrás de um e-mail manhoso sem rosto.
Nossa busca deve ser consciente de estar certo de que os escolhidos devem estar á altura do desafio, é de critério que vos falo, não da forma de ingresso nem da sede de relação. Porque é lógico que apenas podemos indicar homens que conhecemos minimamente e por isso têm de vir das nossas relações pessoais, todos temos porém pessoas de quem gostamos muito que sabemos não terem os requisitos mínimos para poderem ser iniciados, por mais que de disso gostássemos, fosse porque razão fosse. O critério é tudo.
O Critério de escolha deve ser o tudo porque deles vão ser exigidos alguns sacrifícios: de tempo para dedicar-se ao trabalho, para comparecer ás sessões, para se despojarem de títulos e posições, para se disporem a aprender, a aceitar criticas quando para isso não estão preparados e cuja propriedade da origem questiona a aguentar ouvir aquilo que não entendem sem julgar, a sentir que fazem parte de algo maior e viver com essa avassaladora responsabilidade sem ser esmagado, quando finalmente se torna clara a missão a que se propôs realizar.
Por mais capaz que qualquer um seja, tem um percurso a cumprir, de modo que possa identificar o simbolismo das ferramentas, e então dedicar-se ao trabalho. Uma Loja maçônica é uma elite dentro de uma comunidade, coisa que facilmente assumimos sem complexos nem soberba.
No corpo de uma Loja Justa e Perfeita, deverão estar apenas os mais capazes nas suas áreas de intervenção, que podem ser profissionais ou não, o conjunto tem que ser apenas úteis ao projeto e estarem dispostos a aprender e ensinar partilhando conhecimentos e experiências.
Ser maçom é uma vivência, uma forma de estar na vida e perante a vida, onde a Honra, a Ética Moral, o sentido de missão, o espírito cavalheiresco das suas ações, fruto da Responsabilidade de se ser e sentir Diferente assume um aspecto fundamental na vida do iniciado.
Não somos com certeza homens plenos de virtudes, todos temos as nossas arestas para desbastar. E este é o local para fazê-lo, depois de responder ao chamamento e livremente bater á porta do Templo, para servir o destino que lhe foi traçado pelo Cósmico. Com a orientação de todos os obreiros, tornar ferramentas capazes em ferramentas melhores. Porque somos ferramentas de trabalho, somos os que cumprem e efetivam o destino, como outros o fizeram antes de nós.
Os desígnios dignos desse nome sempre tiveram um cunho marcadamente iniciático, porque não se prendem com objetivo de pedra, betão ou madeira, mas com a realização dos sonhos, sendo perpetuados no tempo indefinidos enquanto matéria, mas muito claros quando realizados por homens que se dispuseram a participar de um processo de transformação e crescimento como o nosso, essa ideia inefável que se se transmite pela iniciação, pelos rituais, pela via iniciática. E para isso, as dimensões espirituais do homem têm de ser a sua consciência maior, aquilo que lhe rege as ações e circunscreve as paixões e os sonhos á luz das suas capacidades e talentos.
Na realização deste trabalho não há espaço para paternalismos com os menos capazes e cujo caráter não seja sem jaça, nem para soberbas profanas ou para alimentar egos com títulos e comendas, as vaidades não devem fazer parte e nem pertencer à Maçonaria, nem de sua relação com a Loja. Somente o indivíduo deve ser responsável; se ele não se sente capas de honrar ou assumir a tarefa o assusta, mais vale renunciar a permanecer como fantoche.
A espiritualidade Maçônica deve jamais olvidar da solidariedade inerente à fraternidade leal; é sabido que todos têm momentos bons e felizes e aqueles menos felizes e piores e em todas as horas devemos dizer presentes no trabalho de auxílio fraternal.
A função do Mestre Maçom não é tomar conta de ninguém ou para oferecer as armas da salvação, estamos aqui para fornecer as ferramentas de trabalho para o aprimoramento de cada um e o nosso tempo é curto e o trabalho imenso.
Para que cumpramos á luz do que aqui nos trouxe, temos de ser objetivos, sob pena de se esvaziar o sentido da Ordem Maçônica e o trabalho ficarem por fazer, comprometendo o alvo de nossas ações. Ao reconhecer os méritos e as virtudes dos nossos irmãos, não potenciando ou exacerbando os seus defeitos que desses não precisamos, usando o fole com cautela na forja para que a ferramenta que lá se aperfeiçoa não enfraqueça por falta de atenção ou derreta por excesso dela.
Ao desbastar a pedra bruta, com a lealdade que a critica exige, com a fraternidade que o sacrifício cultiva, com a generosidade a que partilhar o objetivo alheio, com o reconhecimento da força e inteligência para fazê-lo cumprir. Dessa partilha nasce a riqueza da Irmandade, do respeito pelo trabalho e pela forma como é executado. Não sendo santos nem isentos de virtude, temos toda a consciência do propósito de nossa obra.
Assumamos o compromisso que aqui nos trouxe e não deixemos que nada perturbe a caminhada para a realização dessa mesma finalidade, que não assume forma material, mas é apenas uma ideia que todos partilhamos… Uma ideia de Homem e de Mundo de forma integral onde o ser e o estar são os alvos buscados.
Escrito por Armando Filippi Cravo
Academia Setelagoana

http://www.portalcravo.com.br/armando/index.php?view=article&catid=27%3Atrabalhos-apresentados&id=208%3Ao-trabalho-maconico-e-a-espiritualidade&tmpl=component&print=1&page=&option=com_content&Itemid=12

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